FERNANDO CUNHA LIMA
( BRASIL - MATO GROSSO DO SUL )
Fernando Cunha Lima é pediatra e poeta, escreve desde os 12 anos e prestes a completar 64 lança hoje, às 19h00, na Fundação Casa de José Américo, seu primeiro livro, \”Fernando em pessoa: poesia de amor e vida\”.
São 140 sonetos, a maioria deles puros, ou seja, seguindo a estrutura de métrica e rima que caracteriza este formato de poema. Os sonetos estão dispostos de modo que a cada par de páginas de um lado esteja um poema de amor e do outro lado um de vida. O título é uma homenagem ao poeta Fernando Pessoa, que ao lado de Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Gabriel Garcia Márquez e Pablo Neruda são referências poéticas de Fernando Cunha Lima de Fernando e membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
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LIMA, Fernando Paredes Cunha. Poesia de amor e vida. Sonetos. Capa por Joaquim Manuel Sousa Silva. João Pessoa, PB: a União Editora, 2007. 160 p.
ISBN 9785-98357-39-3 No. 10 920
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
A VIDA
Contando cada minuto acontecido,
O que foi bom ou o que foi só tristeza,
Sigo meu caminhar de incerteza,
No relembrar do que já foi vivido.
As saudades do tempo permitido,
E a alegria imposta a natureza,
Deixa-me crer na mais pura certeza,
Que não consigo reter o tempo ido.
O envelhecer eu trago escondido,
E cada verso de amor é um pedido,
Que eu faço a Deus para ficar aqui.
Vivendo assim a vida, vou curtindo,
Horas chorando, outras horas rindo,
Do muito ou pouco tempo que eu vivi.
ADEUS...
Meus olhos úmidos por querer chorar,
Poços d´água em meio a um deserto,
Onde os meus lençóis brancos ficam perto,
Mas não conseguem meu pranto enxugar.
Molhado o meu rosto também está.
Úmida estará a minh´alma por certo.
Lágrimas brotam como por decreto,
Borrando o sonho de te abraçar.
Difícil pro coração é suportar,
Angústia é se sentir que já não há,
Espaço pra ficar e é só partida.
Por isto, então meus olhos cheios d´água,
São dois rios de imensa mágoa,
Chorando a sós na tua despedida.
AQUI
Procurando teus sonhos em matizes,
Por querer descobrir tuas emoções,
Soltei meu coração dos teus grilhões,
Corri atrás de dias mais felizes.
Para esquecer de velhas cicatrizes,
Para escutar bem novas opiniões,
Para ouvir o tudo que me dizes,
Para cantar teu canto de canções.
Correndo de novo contra o tempo,
Na maratona de um antetempo,
Na busca de eternas fantasias.
O meu querer achou que me querias,
E encontrou teu amor dentro de mim,
No nosso lugar aqui, agora, assim.
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Página publicada em setembro de 2025.
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